segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Fluminense Football Club

Fluminense Football Club - Um clube popular

Quando Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club em 21 de julho de 1902, numa sede localizada no número 51 da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo, não poderia imaginar que um clube marcado pela nobreza logo tomaria o gosto popular.

Desde os seus primórdios, o Tricolor teve entre seus sócios e freqüentadores representantes das famílias mais tradicionais do Rio de Janeiro. Hoje, o clube está entre as 10 maiores torcidas do país. A sua bela sede das Laranjeiras, de aspecto europeu, contrasta com a paixão unicamente brasileira de seus torcedores.

Oscar Cox chegou da Suíça, em 1897, com a idéia de formar um time de futebol (o que só aconteceria quatro anos mais tarde), e ao mesmo tempo trouxe pela primeira vez para o Rio o esporte que seria o mais popular do Brasil dentro de pouco tempo. Desde a sua fundação, o Fluminense foi pioneiro das evoluções do futebol no Rio. Em 15 de julho de 1904, após leitura de carta de Oscar Cox e Mário Rocha enviada da Inglaterra na Assembléia Geral Extraordinária, o Fluminense trocou a camisa anterior, de cor cinza e branco, pela tricolor. Devido à impossibilidade de conseguir tecido na cor cinza, porque não existia no mercado, eles sugeriram as cores grená, branco e verde.

A indicação foi posta em votação e aceita de imediato. O Fluminense começou a se desprender totalmente da elitização a partir da primeira metade da década de 20, quando o futebol brasileiro finalmente penetrou nas camadas mais baixas da sociedade. O clube das Laranjeiras, nessa época, foi um dos pioneiros na luta pela profissionalização dos jogadores, deixando de restringir a prática do futebol aos associados dos clubes. Mas foram as grandes conquistas nos gramados que alçaram o Fluminense a um dos clubes mais populares do Brasil. Ainda quando o futebol engatinhava, o Tricolor consolidava sua condição de elite, não social, mas esportiva, com o tetracampeonato estadual 1906-1909.

Nos anos que se seguiram, o Fluminense jamais deixou de ser um ícone do esporte brasileiro, não só no país, mas também no mundo. O Tricolor fascinou pela sua disciplina e recebeu do Comitê Olímpico Internacional, em 1949, a Taça Olímpica, pelos serviços prestados ao esporte. Três anos mais tarde, em 1952, quando o Maracanã ainda chorava a perda da Copa do Mundo para o Uruguai, em 1950, o Fluminense fez o maior estádio do mundo voltar a sorrir conquistando ali a Copa Rio, primeira versão do Mundial Interclubes. Com Castilho, Píndaro, Bigode, Telê e Zezé Moreira no comando, o Tricolor fez crescer a auto-estima do povo carioca batendo Sporting, Grasshoppers, Peñarol, Austria Vienna e o Corinthians, na final, levando a taça.

Já consolidado como um dos maiores clubes do Brasil, o Fluminense continuava a encher de orgulho torcedores de todas as classes sociais com seus títulos e times memoráveis. No Rio de Janeiro, a hegemonia permanece desde a Máquina Tricolor de Rivelino, que conquistou o bi de 1975-76 até o time comandado por Abel Braga, que levantou o 30º Campeonato Estadual, em 2005.



Como tudo começou - Fluminense Football Club

Charles Miller

O esporte mais adorado pelos brasileiros surgiu nas terras tupiniquins no início do século XIX, mais precisamente em São Paulo. O futebol foi apresentado por Charles Miller, que retornando da Inglaterra em 1894, trouxe consigo as bolas e o sonho de ver o futebol crescer no país.

Em 1901 o jovem Oscar Cox, que voltava da Suíça, onde estudou e aprendeu a gostar de futebol, inicia suas tentativas de formar um time no Rio de Janeiro. Nesta época foi fundado o Club Brasileiro de Cricket, que passou a ser chamado mais tarde de Payssandu Cricket Club. Em 1º de agosto de 1901, o primeiro time formado por Oscar Cox e seus companheiros parte para Niterói para enfrentar um time formado por ingleses. Em 1910 os cariocas enfrentam os paulistas em São Paulo.



Oscar Cox

O Fluminense Football Club foi fundado por Oscar Cox e mais vinte membros, oito anos após Charles Miller introduzir o futebol no Brasil. Em 21 de julho de 1902, em reunião na Rua Marquês de Abrantes, 51 - residência de Horácio da Costa Santos, nascia o primeiro clube de futebol do Rio de Janeiro. O nome Fluminense surgiu sem maiores debates, tendo sido a idéia inicial Rio Football Club. Mas João Ferreira já havia utilizado o nome na sede do Natação e Regatas. A palavra "fluminense" na época identificava os nascidos no Estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal, apesar de por lei haver distinção.

Outra versão deriva do latim "flumem", que significa fluvial ou rio. O primeiro jogo do Fluminense foi em 19 de outubro de 1902 contra o Rio Football Club, no campo do Payssandu. O resultado foi uma goleada do Fluminense por 8 a 0. Em 06 de setembro de 1903 estréia o Fluminense em jogos interestaduais no campo do Velódromo, em São Paulo. De três jogos, o Fluminense empatou um e venceu dois jogos. O Fluminense surgiu como clube específico para futebol e promovia o esporte junto ao público. Foi através de iniciativas pioneiras do Fluminense, como a promoção de partidas beneficentes, que o público, sempre crescente, manifestava seu entusiasmo pelo futebol. Isto contribuiu para o surgimento de novos clubes na cidade como o América, o Bangu e o Botafogo, todos fundados em 1904.



Um pouco da História de Oscar Cox

Oscar Cox é o símbolo da aristocrática juventude de 1902. Seu nobre e inesquecível exemplo de perseverança tornou possível a existência da grande legenda chamada Fluminense. Na histórica data de 21 de julho de 1902, no Rio de Janeiro era fundado o Fluminense Football Club. A reunião foi presidida por Manoel Rios e secretariada por Oscar Cox e Américo Couto. Por proposta de João Carlos de Mello e Virgílio Leite, Oscar Alfredo Cox foi aclamado primeiro presidente do clube, assumindo então os trabalhos e passando Manoel Rios para secretário. Oscar Alfredo Cox nasceu no dia 20 de janeiro de 1880 e faleceu na França, em 6 de outubro de 1931, com 51 anos. Foi presidente do clube de 21 de julho de 1902 a 31 de dezembro de 1904.

Partiu para Londres, em 1910, definitivamente, tendo recebido no seu embarque uma mensagem de despedida, assinada por sócios do Fluminense. Essa mensagem foi encontrada em seus pertences após sua morte, com o seguinte texto escrito por Cox: "Cresswell. In case of my death, send to Mario Pollo, secretary of Fluminense F. C. Rio de Janeiro". Sua vontade foi atendida.

Filho de George Emmanuel Cox e Minervina Dutra, Cox teve seu corpo enviado para o Rio de Janeiro, sendo sepultado no cemitério de São João Baptista, Carneiro Perpétuo 2.068 - Quadra 38, no bairro de Botafogo em 21 de outubro de 1931.



O Patrono - Arnaldo Guinle

Arnaldo Guinle promoveu grandes empreendimentos no clube e recebeu o mais alto reconhecimento, com o título de patrono, aprovado em 17 de julho de 1920, em Assembléia Geral. Arnaldo foi o sócio de número 48, sendo admitido em 10 de outubro de 1902. Remido em 30 de maio de 1915 e benemérito a 4 de janeiro de 1916, assume a presidência do clube em 18 de abril do mesmo ano e permanece até 1930 devido à renúncia de Joaquim da Cunha Freire Sobrinho.


Arnaldo se destacou por ter construído o primeiro estádio do Brasil para grande público. Construiu a primeira piscina em clube de futebol do Brasil, o ginásio, o stand de tiro, o estádio de tênis, a mais bela sede de clube de futebol no Brasil, com instalação nobre de vitrais franceses e lustre de cristal, com pinturas de art noveau.

Também deu apoio incondicional ao futebol do clube, que vivenciou seu primeiro tricampeonato. Criou ainda o Conselho Deliberativo, o primeiro em clube esportivo no Brasil, e o Natal das crianças pobres.

Arnaldo foi um dos mais fortes participantes do movimento de implantação do profissionalismo no esporte carioca, em 1933. Quase no fim de sua gestão, o Fluminense recebe a visita do Príncipe de Gales, mais tarde, a do Rei Eduardo VIII e do Príncipe George. A comissão de festejos do Ministério do Exterior incumbiu o Fluminense de organizar uma partida de futebol em homenagem aos ilustres visitantes. Sob o patrocínio do FFC enfrentaram-se em 6 de abril de 1931 os paulistas e cariocas (placar de 1 a 6).

Arnaldo Guinle retornou à presidência do clube no triênio 1943/45, quando desenvolveu as reuniões sociais, conseguindo que o quadro social atingisse a marca dos 7.834 associados.